Durante os séculos XIX e XX a cidade de São Paulo conheceu de perto o desenvolvimento com o advento da ferrovia por conta dos ingleses. Eles, que a introduziram para facilitar o transporte do café entre Santos e Jundiaí.
Contratados por Irineu Evangelista de Souza, o famoso Barão de Mauá, os engenheiros James Brunlees ( foto ) e Daniel Fox passaram a ser os facilitadores do processo e executores do projeto.
Assim se edificou a primeira ferrovia em São Paulo, uma obra de proporções esplendorosas.
Surge Paranapiacaba, uma vila de participação inglesa e portuguesa utilizada como moradia dos funcionários da SPR ( São Paulo Railway ) e como base operacional das locomotivas que faziam o roteiro de subida e descida da serra do mar.
Hoje, a vila faz parte da cidade de Santo André e se localiza nas encostas da Serra do Mar. Seu nome em tupi-guarani significa "de onde se avista o mar". Antes era chamada "Alto da Serra", cujo foi batizado a sua primeira estação de trens inaugurada em 1874.
Dada a sua importância para os ferroviários, além de abrigar diversos tipos de moradias, Paranapiacaba passou a ser ponto principal para viajar até o Litoral.
Sua função além de transportar passageiros, inicialmente era controlar através das casas de máquina o transporte de cargas, com o carro chefe, o café.
Utilizava um sistema funicular de subida e descida por contenção de pesos ( parecido com os sistemas do elevador ), logo mais adotando o sistema de cremalheiras, mais moderno e de maior capacidade.
Durante todo o processo do uso de Locomotivas, a necessidade de queimar lenha para produzir o carvão que seria utilizado nas máquinas deu espaço para a pequena Taquarussu, localizada na região de Mogi das Cruzes.
Este pequeno vilarejo que se encontra não muito longe da Vila, abrigou Imigrantes italianos que passaram a fornecer a lenha para produzir o carvão que alimentaria as máquinas. O transporte era feito por burros, logo mais substituído por caminhões.
Sendo hoje um local que abriga uma bagagem histórica, Paranapiacaba conserva - se reservada ao turismo tendo parte dos trechos utilizados apenas por concessão da MRS Logística para o transporte de cargas.
No pós Segunda Guerra Mundial, tanto Paranapiacaba quanto Taquarussu tiveram seu ápice e depois sua queda, pois com as substituições dos trens e do sistema ferroviário passaram a decair, abrigando hoje um grande lapso cultural que nos remete à toda magnífica engenharia secular. Eram pequenas importâncias como Taquarussu que faziam as máquinas funcionarem.
Ainda que distante, existem projetos para reativação de trens de passageiros, mas a relevância que na época, Paranapiacaba teve. Infelizmente não levanta o mesmo peso, pois para os tempos antigos se não fosse a vila, São Paulo não conheceria os ares do desenvolvimento se transformando na metrópole que é hoje.
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