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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Antes, o agora e o depois - Parque Dom Pedro II

Quem conhece o Terminal Parque Dom Pedro e seu entorno extremamente degradado em São Paulo, não imaginou que lá, já foi área de várzea e que depois de aterrado, tornou-se um parque, às margens do Rio Tamanduateí, inspirados nos grandes parques europeus.

Na década de 60, com a cultura do rodoviarismo instituída no país, altamente influenciado pelo sucesso norte-americano no tema, o parque começou a ser cortado por vias expressas e muitos viadutos, sobrando pouco do espaço original dedicado ao meio ambiente, chegando ao mesmo cenário que vemos atualmente.
 O parque então, foi sacrificado em nome da mobilidade urbana e esquecido em nome de avenidas, na facilidade de ir e vir.


Vários motivos podem explicar sua degradação, ao exemplo do Vale do Anhagabaú. A proximidade da antiga rodoviária, a grande quantidade de viadutos que favorece a criminalidade e consumo de entorpecentes, a alta industrialização de seu entorno e a instalação de um terminal de transporte, ocasionando então o cenário atual do Parque Dom Pedro, se tornando o que conhecemos hoje.  


Existem projetos e planos para sua recuperação, envolvendo reurbanização e transformação do local em um pólo cultural, com a construção de uma unidade do SESC, a recuperação do parque com um novo paisagismo, a remoção do terminal de ônibus para próximo ao Metrô, favorecendo também a integração intermodal.


No projeto apresentado pelo então prefeito, Gilberto Kassab (PSD-SP) no ano de 2011, além dos projetos já citados, a área seria contemplada com uma lagoa, uma unidade do Senac, dois boulevard, manutenção do museu catavento, recuperação do Gasômetro e sua transformação em museu da história de São Paulo e um centro popular de compras.
Na área de transportes e mobilidade urbana, seriam construídos túneis para transposição do tráfego para posterior demolição dos viadutos, a já citada mudança de local do terminal e completa reforma da praça ao final da Ladeira General Carneiro. O projeto também contemplava incentivos fiscais para a instalação de edificações de alta tecnologia por parte de empresas prestadoras de serviço, conceito utilizado na reurbanização do Porto de Londres ( London Dockland's ).

Era previsto para estar pronto no ano de 2016. Mas com a mudança de gestão na prefeitura, o atual prefeito Fernando Haddad (PT-SP), não colocou o projeto como prioridade de seu governo. A única novidade, nesses últimos 5 anos foi a concessão da área dos antigos edifícios São Vito e Mercúrio para o Sesc por 99 anos, o que podemos até considerar como " primeira fase " do projeto.

A região aguarda, assim como seus frequentadores e turistas do Mercado Municipal, uma requalificação para reaproximar a cidade à localidade, fazendo uso de uma área pouco densa e reforçando ainda mais o conceito de cidade compacta.


A seguir, um comparativo retirado do fórum Skyscrapercity Brasil, que trata do tema.


Cenário Atual
Cenário proposto













Rodrigo Lopes - Técnico em Logística