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sábado, 27 de junho de 2015

Avenida Paulista, a avenida mais democrática de São Paulo.

Avenida Paulista, inaugurada no ano de 1981, pelo arquiteto uruguaio Joaquim Eugênio de Lima, que dá nome à uma travessa da própria avenida, estava longe de ser símbolo de São Paulo quando aberta. A mais democrática das Avenidas, seja falando de temas políticos, religiosos, orientações e gostos musicais, a Paulista agora também é democrática na mobilidade urbana.




O intuito de sua criação foi incentivar a ocupação “ longe “ do centro de São Paulo, em um lugar alto que oferecia excelente visão ( como sugere o nome do bairro chamado Bela Vista, no entorno ), era o principal atrativo.



Anos se passaram, planos urbanísticos foram criados e implementados. A Avenida começou ganhar destaque. Os Barões do Café viram ali o lugar perfeito para erradicar-se e construir seus grandes casarões. O “ progresso “ chegou e as casas foram dando espaço para altos edifícios comerciais e residenciais, estava consolidado o marco da cidade.



Por sua largura, ausência de aclives e extensão, virou palco para inúmeros encontros, shows, eventos de grande porte e protestos. De modo que todas as ideias podem ser expostas de modo democrático. Claro, desde que não haja nenhum comportamento divergente à sociedade.






Desde a sua criação, a Paulista com suas largas calçadas e amplas pistas de rolamento, passou por mais uma adequação. Talvez, a quarta mais importante de sua existência. Depois de ser uma estrada de terra rodeada de árvores, posteriormente com calçamento e ainda suas árvores e chegando na concepção atual que conhecemos, sua “ versão 2015 “ vem de bicicleta.

A avenida que passou por intervenções desde o início do ano, ganhou uma ciclovia para chamar de sua. Posicionada no canteiro central, elevada em relação aos carros e até bem sinalizada, mesmo antes de sua inauguração já ganhou adeptos e incentivou, da mesma forma que incentivará num futuro próximo, o deslocamento local a partir das magrelas.

O BDTrans esteve um dia antes de sua inauguração para avaliar a estrutura. Depois dessa introdução, seguirá através das imagens.






A Ciclovia é bem ampla, com gradis nas áreas de parada e também no entorno dos postes de iluminação, visando proteger os ciclistas de eventuais desequilíbrios. 






A pista é bem nivelada, sem ondulações significativas. Exceto nas rampas... O nível é vencido por íngremes e estreitas rampas, que exigirá um pouco de atenção do ciclista. Uma passada mais “ rápida “ pode gerar um pequeno desequilíbrio, mas nada de muito extraordinário.




A sinalização horizontal está aceitável. Poderia ser melhor, claro. As guias, existentes em toda faixa de pedestres mereciam maior destaque visual. Qualquer descuido e pode-se atropelar e provocar um acidente.








A sinalização vertical também está aceitável. Na mesma medida da vertical, poderia ser bem melhor. Em relação aos semáforos, o ciclista não conta com um dispositivo próprio, tendo que se guiar, nem sempre da melhor maneira, pelo mesmo semáforo dos veículos, visando respeitar a travessia de pedestres e de automóveis nos cruzamentos.






No final da Avenida Paulista, o semáforo para ciclistas existem. Tanto no cruzamento com a Consolação, quanto no entroncamento do túnel com a própria Paulista. Vai merecer um pouco de atenção por parte do ciclista, de toda forma.





A conclusão dessa rápida avaliação, é que podemos perceber que tudo é questão de convívio e experiência.
No começo algumas coisas ainda “ darão trabalho “ para aprender, a prática virá naturalmente com o aumento do uso da via.
Até a troca de olhares com os motoristas, que chega a ser engraçada pois te olham com um tom de novidade, será algo tão natural que passará a ser algo desapercebido. 
Uma percepção, é de que além de uma via de transporte, a ciclovia agirá como uma forma de lazer. Seja para pedalar, andar de skate ( sem manobras, claro ) e outros " modais não-motorizados ", convivendo em uma visão até romântica, harmonicamente no espaço.

A Avenida Paulista então, passa a ser uma das vias mais democráticas em relação ao transporte público na cidade. Contando com Metrô no subterrâneo, faixa exclusiva de ônibus na avenida, calçadas largas, acessíveis, conservadas e sinalizadas, além do espaço dedicado ao automóvel, une todos os fatores que em conjunto, formam uma mobilidade sem igual, oferecendo para a população várias maneiras de se locomover pelo local.



Rodrigo Lopes – Técnico em Logística



terça-feira, 12 de março de 2013

Saga por uma vaga

BDTrans visita o litoral paulista sobre duas rodas e não encontra estacionamento dedicado para bicicletas em shoppings.


O Boletim do Transporte pode comprovar que na Baixada Santista, as bikes vão além de " esporte recreativo "  e se torna um meio de transporte tão utilizado e requisitado quanto carro, moto e ônibus. Dada a importância, resta saber se ela é bem atendida.

Em Praia Grande, há um único shopping localizado no bairro do Xixová, logo na saída da cidade para São Vicente. Tentamos adentrar ao estacionamento pelo acesso de motos com o intuito de procurar um bicicletário, ( semelhantes aos que tem em São Paulo e Mauá ) e fomos imediatamente impedidos de entrar. Com total despreparo da parte do efetivo de segurança, fomos avisados que o shopping " no momento não estava aceitando bicicletas ". Indagado sobre o local de deixa - las, a pessoa adiantou que " era preciso deixar na área externa ou prender a bicicleta no gradil ", lugar sem a menor segurança. O funcionário salientou que se adentrássemos ao estacionamento, seriamos " retirados pelo corpo de segurança " do estabelecimento. Beirando a pensar que ciclista é persona non-grata ( pra não ser grosseiro e dizer outras coisas ) em seu shopping.

Irritados pela falta de estrutura, seguimos para Santos com a esperança de poder estacionar a bike em segurança para um breve descanso e alimentação, tendo em vista o forte calor e a distância percorrida no pedal.


O escolhido foi o Miramar Shopping. Com aparência desatualizada, o empreendimento une um hotel ao centro comercial, tudo isso à uma quadra da Avenida Ana Costa, ponto de referência em Santos. Ao entrar no estacionamento, seguimos novamente pelo acesso de motos, fomos novamente barrados, com a mesma alegação por parte do funcionário. " Não tem bicicletário, só para funcionários. Amarrem suas bicicletas lá fora e não nos responsabilizamos por ela. "

   
Ali, tivemos de procurar uma alternativa para realizar o pit stop, tendo em vista total inércia de atitudes e permissões quanto a isso.
Entretanto, queremos pontuar a seguinte questão. Por que uma cidade onde a utilização de bicicletas é grande, inclusive sendo incentivada pelo governo municipal com a construção de diversas ciclovias consegue ser tão despreparada a ponto de seus estabelecimentos não tolerar o estacionamento delas? 

Vale citar que em Santos, para-ciclos ( bike - rec )foram instalados na Praça da Independência. Mas há de convir que estacionar nossas preciosas magrelas, às vistas de qualquer malandro, contando apenas com nossas únicas proteções chamadas corrente e cadeado, não se torna algo tão atraente, sendo semelhante ao gradil de Praia Grande.

Fica como sugestão à criação de uma lei que obrigue os estabelecimentos santistas serem aptos a receber bikes em seus estacionamentos e uma crítica aos comércios que priorizam somente carros e motos negando-se a atender nossas bikes. Não importa qual meio de transporte use, o que importa é que somos consumidores.


Bons exemplos valem ser lembrados. Os shoppings JK Iguatemi e Boulevard Tatuapé, ( São Paulo, capital ) há extensas áreas seguras que podemos deixar nossas bikes no próprio estacionamento, completamente isento de taxas.
Por incrível que pareça, em Mauá ( grande São Paulo ), o shopping é da mesma rede de Praia Grande. Entretanto, as bikes são bem vindas e o espaço utilizado - e seguro - tem uma taxa de R$1.00 que vale pelo dia todo.   


Para encerrar, o BDTrans recomenda que os ciclistas sempre trafeguem com os equipamentos de proteção, como capacetes, luvas e óculos, além da corrente para travar a bicicleta caso haja a necessidade de parar em algum lugar.

Valeu pessoal, até a próxima!