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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Antes de tudo, civilidade

Nesse final de semana, houveram os blocos "pré-carnavalescos" nas regiões do Largo da Batata (Pinheiros, zona oeste) e também, na região central de São Paulo. Incluindo também o Parque do Ibirapuera.

Com o alto fluxo de passageiros, bem além do normal até em dias de falhas durante os horários comerciais, assistimos a Linha 4-Amarela, operada pela ViaQuatro, a passar com o perdão do trocadilho, "amarelou" e ter suas operações parcialmente paralisadas durante pelo menos 2h30 deste último sábado.

Causada por um grande tumulto, impulsionado pela extensa quantidade de passageiros utilizando a linha para poder acessar os blocos de carnaval, a linha começou a "travar" graças às utilizações dos chamados "botões-soco", que totalizaram 25 atuações do sistema de segurança (contra outras 14 nas linhas do Metrô), pelo puro "prazer do vandalismo".

No domingo, a linha chegou a ficar com sua operação prejudicada outras 6 vezes por conta da utilização do dispositivo, que desenergiza a via em caso de emergências, como a presença de usuários na via.

O resultado? A piora dos serviços prestados, que como um todo, afetou o sistema metroviário inteiro. Aumentando ainda mais o acúmulo de usuários nas estações e nos trens.

Como um efeito dominó e na medida que os botões foram sendo acionados (além de outros dispositivo de segurança), os trens abriram suas portas nos túneis e o problema, estava mais do que consumado.

Com a presença de muitos usuários na via, a circulação obrigatoriamente precisou ser interrompida até a total retirada dos passageiros, de modo que a circulação fosse garantida de modo seguro.

Alvo de selfies, transtorno e também tumulto, muitos deles individualizados por conta do "nivel alcoolico", que causou alguns fatos isolados onde os seguranças precisaram intervir, removendo o passageiro do carro ou então, transportando os já desacordados foliões para os hospitais, buscando uma dose de glicose.

A reflexão que podemos trazer, após tomarmos conhecimento dos fatos, é de que a diversão pode ser aproveitada sempre da melhor maneira possível. Desde que ela, não prejudique outras pessoas e que tudo seja feito na m
aior civilidade possível.
Ao utilizar os sistemas de transporte, sempre siga as orientações dos funcionários e informações presentes nas linhas e nos trens.




Uma dica valiosa e importante, "não faça na rua o que você não faria em casa".
Não vandalize, não suje e principalmente, não prejudique a circulação dos trens. Além de você, outras pessoas também querem se deslocar na cidade e curtir o carnaval :)

Preserve a civilidade, priorize a circulação! Vá e volte em paz para sempre ter o transporte no horário de trabalhar, na hora do lazer e principalmente, no próximo carnaval.



Boletim do Transporte, a notícia em movimento.

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*Fotos disponíveis em: Veja São Paulo, G1 e Diário da CPTM.





segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Final de uma era - Budd Mafersa do Metrô

Concluindo o programa de modernização de trens contratado em 2011 pela Companhia, a composição "A35" encerrou suas atividades na última semana de Janeiro de 2018.

A primeira frota do sistema, original da Linha Norte-Sul, atual Linha 1-Azul, foi o precursor de tecnologia metroferroviária do Século XX no Brasil, estabelecendo-se como o primeiro sistema de "Metrô" no país, iniciando suas operações em Setembro de 1974 entre Jabaquara e Vila Mariana. 

Servindo como referência para outros sistemas no país, foi desenvolvido pela então "Materiais Ferroviários S.A", a famosa MAFERSA sob a licença da "The Budd Company", importante indústria ferroviária dos Estados Unidos. O projeto tinha base na tecnologia utilizada na construção dos carros de passageiros operados pela Fepasa entre a capital e o interior do Estado de São Paulo e como base tecnológica e operacional, no sistema BART de San Francisco, também nos Estados Unidos.

Os trens da Frota A, foram também os primeiros trens a inaugurarem trechos novos, após a Linha Azul, no Metrô de São Paulo.
Operou também na Linha Leste-Oeste (atual Linha 3-Vermelha), de 1978 a 1984, quando os primeiros trens da extinta Frota C entraram em serviço. 

Também, possui histórico de serviços na Linha 2-Verde desde sua inauguração, na década de 90 até meados de 2010, quando novos trens passaram a atender a linha.


Por conta de sua extensa utilização e justamente por ser a primeira frota, os trens viraram uma espécie de símbolo da Cidade de São Paulo, sendo a primeira imagem referente quando se dizia em relação ao Metrô paulistano.

Os trens da Frota A, foram entregues para o Metrô em dois lotes. O primeiro lote entregue em 1972, e o segundo lote, entregue em 1975.

Uma característica única nesses trens, é o fato de todos os carros possuírem cabine de comando, pois na época do desenvolvimento do projeto, a estratégia do Metrô era de circular com composições menores (2 ou 4 carros) nos horários de entre-pico, o que obviamente foi descartado tempos depois devido a sua sempre alta utilização por parte dos passageiros.

Após quase 46 anos de serviços prestados ininterruptamente nas três principais linhas do sistema e com a modernização da frota para os trens "Frota i e Frota J" em curso, restou somente um trem original. Este, que saiu de circulação na última semana de Janeiro de 2018 para finalmente tornar-se um "Frota J" e concluir assim, o plano de modernização da Companhia, que há 7 anos, modernizou todos os seus trens fabricados antes da década de 90.

O Budd Mafersa, bem como a Linha 1 do Metrô, também foram eternizadas à uma maneira bem particular, com o desenvolvimento de uma plataforma digital para a simulação de uma operação, utilizando-se do jogo "OpenBVE", produzidos pela Equipe Mega Rail Brasil, constituida à época por Raphael Naswaty e este que vos escreve, Rodrigo Lopes.

A equipe que permaneceu no projeto representada por Robinson Ferreira, ainda soma esforços para oferecer aos jogadores a melhor experiência da plataforma, utilizando agora os trens modernizados e também, os já saudosos "Frota A".



Para conhecer o projeto, realizar o download e experimentar o simulador de trens produzidos pela equipe, basta acessar o link:
http://megarailbrasil.blogspot.com.br/


Colaborou com essa publicação, Robinson Ferreira.





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