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sexta-feira, 31 de março de 2017

Saída dos cobradores - Parte 1

Não é uma série, mas é o início de uma nova novela envolvendo o poder público e os cobradores de ônibus na Cidade de São Paulo.
A partir do próximo sábado (01/04), a Prefeitura de São Paulo, através da SPTrans, iniciará os testes de uma linha de ônibus operando sem cobrador.

Os ônibus da linha 576C/10 Metrô Jabaquara - Terminal Santo Amaro, funcionarão sem cobrador, aceitando somente como pagamento, o Bilhete Único.
De acordo com a Secretaria de Transportes e Mobilidade, apenas 6% dos usuários do sistema de ônibus fazem o pagamento por dinheiro.

Na metade dos anos 90, durante o mandato do então prefeito Celso Pitta, houveram ações semelhantes, onde tentaram ser implantados o bilhete magnético e o cartão, como conhecemos, intitulado como "Passe-Fácil". Entretanto, nenhuma das ações tiveram total aderência por parte dos empresários devido ao já extinto bilhete de papel. Por fim, as tentativas de modernização do sistema de bilhetagem foram descontinuados.

Houveram na época, muitos movimentos não organizados de pular-catraca por parte de passageiros, aliado com o principal fato de que as tecnologias utilizadas, apesar de atuais, eram alvo de muitas falhas e por diversas vezes, os validadores paravam de funcionar, obrigando o ônibus a encerrar viagem ou permitir a viagem sem cobrança, embarcando passageiros pela porta de trás ou até mesmo, pulando a catraca.

A partir do ano de 2003, houve então o início de novos estudos para a implantação de um novo sistema de bilhetagem via cartões, o conhecido Bilhete Único. Após inúmeros testes, credenciamento de rede de recargas (utilizando lotéricas e comércio local), o novo cartão de transporte, chamado de "Bilhete Único", foi finalmente lançado. Durante um breve período de adaptação, tanto dos usuários, como dos operadores e da frota, funcionou em conjunto com os extintos passes de papel.
A exclusividade de pagamento (excetuando-se o dinheiro) tornou-se realidade apenas no final de 2004, consolidando-se então como principal forma de pagamento, atingindo um nível de 94% dos usuários do sistema ônibus da capital.


Em 2005, o cartão teve seus benefícios estendidos com o acréscimo de uma hora a mais na integração temporal e também, teve seu sistema integrado ao Metrô e CPTM, onde apenas um cartão, bastava para a população de São Paulo se locomover pelo sistema de transportes da região metropolitana. O Bilhete Único somente não se estendeu para cidades vizinhas devido à grande burocracia (e um pouco de falta de vontade) de promover uma espécie de "cartão metropolitano), sendo aceito somente na SPTrans, Metrô e CPTM.

O atual prefeito João Doria, estuda novas mudanças no sistema de bilhetagem, como a concessão da administração do cartão e o acréscimo de serviços, passando a aceitar as modalidades crédito e débito nos comércios.











Imagens: Folha de São Paulo - Uol.