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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Radar. Vilão ou benfeitor?

Antes de tudo, quero esclarecer que esse texto não busca defender alguém ou uma causa em específico. Queremos falar sobre os radares de São Paulo, quais as ações e efeitos deles no trânsito e na cidade.


Em tempos que a mobilidade urbana e suas soluções estão tão evidentes em São Paulo graças a ações como a criação de ciclovias, ciclofaixas e faixas exclusivas de ônibus por parte da prefeitura, outro fator no trânsito proliferou na mesma proporção, os radares.

Inventados na Alemanha em 1904, o Radar ( sigla de “ Radio Detection And Ranging “ ), que em sua tradução literal quer dizer ( Detecção e telemetria por rádio ), foi concebido para detectar objetos distantes que interfiram em sua trajetória, as ondas de rádio emitidas pelo aparelho. Nos anos 90 no Brasil, seu uso foi aprimorado para também monitorar vias de trânsito.

Em São Paulo, na mesma época que foi regulamentada as novas velocidades, os números de radares multiplicaram em São Paulo, passando para aproximadamente 840 no município. A maioria está concentrada em vias de grande tráfego ( inclusive depois da padronização de 50km/h ), faixas de pedestres com grande uso e cruzamentos com grande fluxo de veículos.

Com a proliferação dos aparelhos, eles assumiram a fama de “ dispositivo de arrecadação “ por parte da população, que na maioria das vezes julgam os parâmetros impostos para o tráfego, desnecessários ou abusivos, aliando a existência a uma “ indústria de multas.  Além de punitivos na função de apenas flagrar infrações, os radares também podem ser considerados como reguladores de fluxo e um artefato de fiscalização.


Inclusive, o aumento do número dos dispositivos em São Paulo deve-se ao investimento baixo por parte da prefeitura. Muita das vezes fazendo-se valer que são mais eficientes que os agentes de trânsito. Segundo estatística publicada na página mundo estranho, para cada real investido em radar, o retorno para a prefeitura gira em torno de R$14,00.


Basicamente, os dispositivos fiscalizam a via e multam os veículos que ultrapassam os parâmetros definidos pela empresa de tráfego da cidade. Por exemplo, os veículos que passam em velocidade superior a da via, veículos que estão com licenciamento atrasado e até os que estão descumprindo o rodízio ( no caso de São Paulo ) funcionando da seguinte maneira:
O radar “ percebe “ a presença do veículo através de medições. Elas são feitas por sensores, que estão localizados no pavimento, divididos entre uma ou duas posições. Quando o veículo passa por esses sensores, é acusado um sinal para um computador ( normalmente  junto às câmeras ), que analisam os dados gerados resultando na detecção da passagem do veículo.

Esses sensores, estão ligados à câmera. Quando o veículo ultrapassa os parâmetros determinados da via ( seja velocidade, circulação ou outro item),  eles enviam um sinal para esse computador que dá a ordem de tirar a foto e identificar a placa.
No final das contas, os radares são “ apenas câmeras “ ligadas 24h por dia e 7 dias por semana, que só gravam no momento que um veículo pratica uma infração.
Essas gravações ( fotos ) ficam armazenadas nos sistemas do dispositivo de maneira criptografada, que são enviadas para uma central ou resgatadas por um agente, que analisará os dados e gerarão a multa.



Servindo como um elemento de segurança no trânsito, sua aplicação pode determinar na redução de velocidade ou restrição de circulação visando evitar acidentes, funcionando como um controle da empresa gerenciadora de trânsito sobre a via, que também através deles, monitoram veículos com a documentação atrasada ou que não respeita o rodízio ( Em São Paulo ).

Quando instalados em semáforos, a função é ser ( além de punir quem passa no sinal vermelho ), um “ guardião “ que tenta evita a colisão nos cruzamentos ou atropelamentos em faixas de pedestres.

Também existem os radares que fiscalizam as faixas exclusivas de ônibus. Separadas somente pela faixa pintada na rua, sempre são utilizadas indevidamente por veículos particulares e inclusive, taxis sem passageiros, que não possuem direito à circulação. Nesse caso, a função do aparelho é garantir a exclusividade da faixa para o transporte coletivo que necessariamente, precisa da preferência de circulação nas vias de grandes movimentos.


Por último, as lombadas eletrônicas são elementos que atuam ( além da função de punir ), como medida “ educativa “. Pois por ficar em evidência, força todo e qualquer motorista a reduzir a velocidade para não ser multado, implicando na regulação de velocidade de uma via.



Vilões dos maus motoristas e “ super-heróis “ das empresas de tráfego, os radares não tem teoricamente, função arrecadatória e sim reguladora. Eles garantem a segurança de tráfego da via quando posicionado corretamente visando penalizar infrações como trafegar em locais proibidos, ultrapassar sinais vermelhos ou como retentores de tráfego, preservando a velocidade de acordo com as condições ou topografia das vias.