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quarta-feira, 9 de maio de 2012

CMA - Companhia Manufatureira Auxiliar

Hoje, falaremos sobre uma antiga montadora do Brasil, que produziu carrocerias para algumas empresas tradicionais como a Impala, Catarinense e Auto Viação 1001.



Fabricado a partir de 1961 os Flechas ao contrário do que muitos pensam, não foram os primeiros ônibus em operação com carrocerias em duralumínio no Brasil. 
Pioneira nesse estilo de ônibus, a Viação Cometa adquiriu carros norte - americanos com chassi General Motors, que atendiam às expectativas e eram importados para operarem nas linhas da empresa, entre São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Sorocaba, Jundiaí e Campinas.


Com a proibição da importação promovida pelo governo federal na década de 1960, a empresa se viu obrigada a comprar carrocerias diferentes das que estavam acostumados.


Monoblocos O362 foram os cabeças de série, logo rejeitados por não terem um desempenho condizente com o requisitado, saindo da frota ativa da empresa antes de completarem 5 anos de uso. 


Ainda à procura de uma boa carroceria, a Viação Cometa descobriu a montadora Striulli, que produzia as estruturas em duralumínio.


Foram adquiridas, sobre chassi Mercedes e novamente, não aprovado por não ter um bom desenvolvimento perante aos GMC. Então, surge a brilhante parceria Scania - Cometa.


Após um longo período onde os Ciferal Dinossauro reinavam na estrada sobre chassi Scania, a Cometa inicia as operações da CMA ( Companhia Manufatureira Auxiliar ) e assim, nasce a carroceria Flecha Azul.


Nisso, surgem várias gerações que transportaram milhões de passageiros pelas estradas do Sul e Sudeste do país. 
No ano 2000, a CMA inicia a produção do Estrelão. Nominalmente chamado como CMA - COMETA, ele apresentava outras caractarísticas completamente opostas ao Flecha, com eixo trucado ( dois eixos na parte traseira do veículo ), diferente chassi e desenho, e alguns traços que o remetiam ao primeiro modelo da montadora.


Um ano depois, sua mantenedora Viação Cometa foi vendida ao grupo JCA e a montadora não foi incluída na negociação, produzindo então os últimos carros encomendados pela antiga gestão e algumas peças de reposição. Como ultimo suspiro, foi produzido um modelo que fugia completamente da tradição da CMA, um modelo de aço galvanizado, com chapas de aço soldadas à estrutura, semelhante à massacrante maioria das outras montadoras, não mais sobre chassi e Scania, agora em um Volkswagen com 240 cavalos, longe dos potentes motores K-113 da antiga fornecedora.


Hoje, a CMA existe apenas na memória e esta se consolidando como uma lenda a partir de cada carro que sai de circulação da empresa, sendo espalhados por todo território nacional, com a promessa de durar mais alguns anos.


Fotos de Ailton Gomes e ônibus do Rio.

Um comentário:

  1. Prezado Rodrigo,

    Meu nome é Jairo e em 22 de Julho de 1998 eu participei de uma entrevista de emprego lá. Não fui aprovado mas a empresa, em sinal de respeito pela minha atenção, enviou me uma carta de agradecimento que guardo até hoje. Fiquei impressionado pela atenção deles e lamento uma boa emprea a menos em SP.

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