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domingo, 5 de julho de 2015

Uber. De carona à concorrência.


O serviço de carona remunerada que virou sucesso em grandes capitais mundiais chegou ao Brasil em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Na última semana, tornou-se o centro das atenções devido à concorrência que foi provocada entre os motoristas vinculados ao aplicativo e o serviço de taxis onde está disponibilizado o Uber. Inclusive na França, foi protagonizada quase que uma batalha campal em protestos contra o aplicativo.
A concorrência ocorre principalmente no fator custo x benefício em relação aos taxis convencionais. Entretanto, o serviço de carona remunerada não é regularizado frente aos órgãos gestores de transporte das cidades.
Testamos o serviço em um final de semana, para avaliar o nível e realizar uma comparação com os taxis de São Paulo.

Os preços em comparação, não apresentam muita diferença inicial.
A “famosa“ bandeirada, de R$4.50 dos taxis convencionais da capital, - contra R$5.00 do Uber, cobra por km rodado R$2.75 – contra R$2.42 do Uber.
Ao contrário dos convencionais, a “carona“ conta com uma limitação imposta de valor mínimo, determinando que o valor da corrida seja superior a R$10.00 para ser vantajoso tanto para o motorista, quanto para a empresa.

Assim como os taxis, o Uber possui uma diferenciação de serviços. O UberX, que pode-se considerar o serviço convencional e o UberBlack, que seria o executivo. A diferença está no valor final, onde há uma diferença que gira em torno de R$5.00 para o serviço de transporte regular e R$3.00 para o UberX.

O trecho de 3 km foi comparado o UberX com o taxi branco na mesma faixa de horário e caminhos semelhantes sem diferenças relevantes de distância percorrida. Os valores, já não foram bem assim... Utilizando o serviço de carona remunerada, foi cobrado pela corrida o valor de R$11.40, pagos com o aplicativo vinculado ao cartão de crédito, contra R$20.00 do taxi, pago em dinheiro, já que a grande maioria dos taxistas não aceita pagamento via cartão devido considerarem as taxas altas por parte das operadoras de cartão.

Sobre os veículos, sabemos que em São Paulo os branquinhos contam com uma vasta diversidade no que se diz respeito à categoria de veículos utilizados, sem a distinção de tarifa. Enquanto a carona, aceita somente em seu cadastro, veículos grandes ( sedans e sedans de luxo ). O tratamento também foi diferenciado. O motorista do Uber foi extremamente solícito e deu-se ao trabalho de explicar passo-a-passo como é realizada a cobrança, que o caminho sempre é definido por GPS para evitar qualquer “desvio proposital“. Enquanto o taxi convencional, utilizamos apenas o taxi como transporte e a boa fé do motorista caso ele perceba que o passageiro não é da localidade. Claro que “conversa“ não está incluso no fato de utilizar taxis, mas um bom tratamento e bom atendimento é um diferencial de fidelização, assim como em diversas outras profissões. Fica aquela máxima, há profissionais e profissionais.

O veredicto sobre os dois serviços é simples e notória, sem precisar fazer cálculos de qual será mais viável ou não em seu trajeto.
Há demanda para todo mundo na capital paulista. A frota de taxi, que gira em torno de 33mil veículos considerando os serviços de luxo, executivo, vermelho-e-branco e convencional, é insuficiente para a demanda que tem. Além de não abranger 100% do território municipal em relação à frequência, nos dias de maior demanda como sextas-feiras à noite ou dias chuvosos, há um “apagão” na prestação de serviços que proporcionam longas esperas ao cliente, mercado que outros serviços como o Uber, achou a oportunidade de negócio para funcionar, ofertando ainda mais veículos para um transporte “do ponto A para o ponto B“, na mesma metodologia dos taxis.



Há de se convir que o serviço de carona remunerada não esteja nos padrões da gerenciadora dos transportes na capital, muito menos autorizada para operar. Entretanto, não há abertura de alvarás para novos taxis na capital, que motiva uma série de outros fatores não muito legais para a cidade e para o profissional, há pelo menos dois anos.



Com a chegada da concorrência estabelecida pelo Uber e todo o barulho causado pelos motoristas de taxi de São Paulo, a câmara municipal de vereadores em primeira votação, votou favorável à proibição do aplicativo na capital, defendendo os veículos regularizados, contribuintes e vistoriados pela gerenciadora dos transportes. Esse movimento pode-se ser usado pela categoria até como incentivo para elevar o nível de seus serviços na capital além de aumentar a oferta, recorrendo ao conhecido ditado: “ Quem não dá assistência, abre concorrência “.



Rodrigo Lopes – Técnico em Logística

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